Olá, seja muito bem vindo ao meu Blog.

Eu Sou Janet.
Reservei este espaço para mostrar algumas coisas de meu interesse. Espero que você, visitante, também goste.
Os posts que não são de minha autoria estão com os créditos e a fonte.
Obrigada pela visita e volte sempre.




terça-feira, 27 de julho de 2010

YOGA – PARTE II

Os oito passos do Yoga

Foi nesse ambiente propício que os primeiros yogues surgiram. Não é possível precisar a origem do yoga. Muitos sustentam que ele já era praticado rudimentarmente entre os povos que emigraram do leste europeu, enquanto outros sustentam sua origem divina. Do ponto de vista espiritual, a segunda hipótese é a mais plausível. Para explicar isso, usarei o seguinte exemplo: Certo dia, você estava caminhando pelas ruas de sua cidade quando foi atraído pela beleza de uma peça de roupa exposta na vitrine de uma loja. Você resolve atravessar a rua e entrar no local a fim de analisar essa roupa da melhor maneira possível. Sentindo-se agradado, você a compra e usa com prazer.

Da mesma maneira, quando um ser espiritual “legal” olha para um encarnado com boas qualidades, ele se aproxima dizendo: “Que luz ‘bacana’ esse ser tem! Deixe eu me aproximar e examiná-lo melhor”. Se o encarnado lhe agradou, esse espírito resolve investir nele, enviando intuições, boas amizades, conhecimento etc, sempre com o intuito de fazê-lo evoluir. É bem verdade que o oposto também ocorre, ou seja, seres com tendências maléficas se aproximam de encarnados com a mesma sintonia, potencializando a capacidade de fazer o mal.

Baseado nesse princípio de ressonância, fica mais claro e plausível a probabilidade da origem do yoga ser espiritual. Em um ambiente que propiciava a interiorização e a integração, o yoga foi sendo aprimorado até sua codificação, feita por um sábio que viveu no século XIV, chamado Patanjali. O sistema codificado por ele recebeu o nome de Ashtanga Yoga ou “yoga dos oito passos”, que são: Yama (abstenção), Nyama (observâncias), Asana (posturas), Pranayama (controle do prana), Pratyahara (controle dos sentidos), Dharana (concentração), Dhyana (meditação) e Samadhi (expansão da consciência). O Yama é a purificação mental, a migração do estado materialista para o espiritual, o despertar da natureza espiritual no homem. Ele consiste em dez práticas, que são: Ahingsa (amistosidade, amor por tudo, não-violência), Satya (sinceridade), Asteya (não roubar, não cobiçar), Bramacharya (controle dos desejos, controle sexual e celibato), Daya (misericórdia), Arjawa (honestidade), Kshama (perdão), Dhriti (firmeza), Mitahara (moderação no comer) e Shoucha (limpeza).

O Nyama também é formado por dez práticas, todas voltadas para o estudo e a ação espiritual em si. São elas: Tapas (asceticismo), Santosha (contentamento), Astikya (fé), Dana (caridade), Ishwara-pujana (adoração a Deus), Siddhanta-shrawana (estudo espiritual), Hri (modéstia), Mati (reflexão), Japa (prática de mantras) e Wrata (votos). Com essas 20 práticas diárias, o homem terá condições de sutilizar suas energias, fazendo com que elas possam fluir de maneira mais ordenada. No entanto, essas práticas só nos capacitam para a percepção da espiritualidade e do conseqüente aumento do amor por ela. Quando este é firme e, portanto, verdadeiro, o yogue está pronto para ir ao terceiro estágio, denominado Asana, que é o controle do corpo físico. Os yogues cultuam o corpo de maneira a torná-lo mais eficiente para o fluxo da energia espiritual. Pela prática de posturas específicas, bloqueios de energias são desfeitos e os chacras são ativados e despertados. As posturas eliminam as doenças do corpo e proporcionam um excelente grau de concentração e força.

Elas são importantes por movimentarem as bioenergias, acelerando-as e sutilizando-as. Controle da bioenergia Junto com o terceiro passo, é praticado o Pranayama, que é o controle dessas bioenergias. Consiste em técnicas de respiração destinadas a controlar o prana ou energia vital e, de maneira bem simples, podemos dizer que são técnicas de purificação do campo bioelétrico ou duplo etérico, onde estão dispostos nossos chacras, responsáveis pela entrada e saída de energia espiritual e vital de nosso corpo. Com esse controle do campo bioelétrico, o yogue fica mais sensível e, portanto, preparado para perceber as irradiações provenientes de seus sentidos. Ele passa a percebê-los com uma maior intensidade e sua percepção de descontrole sobre eles fica muito mais visível. Ao querer evoluir, o yogue sério passa a praticar Pratyahara, o quinto passo do Yoga, que, por ser o “controle dos sentidos”, está intimamente ligado ao desenvolvimento dos chacras. Nesse estágio, o yogue aprende a dominar o sono, a fome, a sede, o calor, o frio, a atenção e todas as outras sensações provenientes dos cinco sentidos. Essa é uma prática extremamente importante para ele, já que, quando perfeitamente executada, mostra o quão profundo o yogue pode ir no caminho espiritual. Sem esse domínio dos sentidos, ele não poderá entrar no Dharana, que é a retenção da atenção em um só ponto. A profundidade de Pratyahara é um ponto de medida para a de Dharana, uma vez que um yogue não poderá se concentrar profundamente se não domina os sentidos. Ele se senta para se concentrar e, na primeira brisa que sopra, toda essa concentração é perdida quando pensa “que brisa gelada”.

O Dharana tem como objetivo cessar esse estado oscilatório da mente. Sabemos que é bastante difícil manter a concentração na figura de uma rosa, então, podemos permanecer concentrados nas qualidades dela, fazendo com que a nossa mente localize um campo muito estreito de flutuações. Da mesma maneira, não podemos conceber a idéia de Deus de imediato, portanto, passamos a meditar nas qualidades divinas. Para se chegar a nomeá-las, utilizamos a percepção, o intelecto, a afetividade e a vontade. A percepção cria os estados oscilatórios da mente por causa de seu contato com as constantes radiações senso-mentais, trazidas ao campo consciencial na forma de imagens que apreendemos como objetos exteriores. Conforme a nossa relação com esses objetos, surge o sentimento de aversão ou de paixão em nossa consciência. É por causa desses sentimentos que o Yoga recomenda a satsanga, ou seja, “a boa companhia”, que não se trata apenas de estar ao lado de um amigo ou amiga, mas da boa leitura, da boa música, do bom ambiente etc. Essas associações também colaboram na pacificação da mente, tornando-a propícia para a prática da concentração. Quando as irradiações senso-mentais se tornam mais puras, as relações da mente perceptiva entre desejo e vontade se transformam em impulsos ou tendências virtuosas. Com o auxílio da inteligência, a mente perceptiva pode atingir um grau profundo de concentração.

Quando a mente está focada profundamente em um só assunto, perde-se a sensação exterior e todas as energias do praticante se dirigem para a cabeça, deixando todo o seu corpo rígido e gelado. Praticando Dharana corretamente, a mente do yogue estará repleta de boas vibrações, ocasionadas pela prática da satsanga. Nesse estágio, o seu atma (espírito) encontra ressonância com Brahmam (Deus) e se funde com Ele por amor, atingindo o Samadhi, que é a expansão da consciência. Em seu estado mais profundo, é a integração do objeto com o observador, quando ambos deixam de existir, já que o ego se transcende, e se vivencia a realidade última, subjacente a todas as coisas. Existem o Samadhi dual (com atributos) e o não-dual (sem atributos). No primeiro caso, o yogue não perde a consciência de si mesmo, enquanto que, no segundo, há a total aniquilação do Eu.

Seres como Jesus, Buda, Krishna e Ramakrishna atingiam esse estágio de não-dualidade à vontade, voltando apenas para transmitir a sabedoria divina. Vale lembrar que as práticas desse sistema de Yoga não são ritmadas, ou seja, os passos anteriores não são abandonados quando se atinge um mais elevado. Todos eles são praticados simultaneamente, não havendo pausa na prática do Yoga, que passa a ser um estilo de vida.


Escrito por Luis Fernando Mingrone (Enki) . Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 31.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seus comentários e dê sua opinião.Isto me ajudará a melhorar sempre. Obrigada.